quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Teatro Goiânia recebe A casa de Bernarda Alba






A Cia. De Teatro Sala 3 completa 15 anos em 2017 e pra festejar a data, estréia seu novo espetáculo “A casa de Bernarda Alba” que integra a ação de levar ao palco nesse ano toda a trilogia rural do autor espanhol Federico Garcia Lorca, composta pelas obras: Bodas de Sangue, Yerma e A casa de Bernarda Alba.

A Cia. tem a direção de Altair de Sousa e é formada por artistas profissionais da área teatral goianiense e é uma companhia premiada no Brasil inteiro.

A primeira parte da trilogia aconteceu em 2015, com a estreia de Yerma, imenso sucesso público e crítica. E agora voltamos a obra lorquiana com a montagem de A casa de Bernarda Alba, que foi contemplado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia e pela Lei Goyazes.
E para comemorar em grande estilo a Cia de Teatro Sala 3 escolheu: A CASA DE BERNARDA ALBA, escrita pelo poeta espanhol Federico García Lorca trinta dias antes de o autor morrer assassinado por forças do governo espanhol, em 19 de agosto de 1936, durante a Guerra Civil, A Casa de Bernarda Alba foi à última peça teatral de Federico García Lorca que denuncia esta sociedade que vem se degradando pelo peso de idéias e tradições antigas, de uma moral primitiva, aonde ainda permanece uma revolta abertamente contra a obediência e os cânones impostos a mulher.

O espetáculo parte, então, de uma encenação ousada, lançando um breve olhar sobre uma gama de signos que são desvelados e se desdobram ao longo da trama numa processo criativo que se propõe a sofrer constantes transformações diante de algumas variáveis e é nesse campo que o espetáculo se apropria do processo de criação dos atores num jogo completamente subjetivo onde aparecem referências simbólicas que imprimem incógnitas de um mundo ilusório e sugestivo presentes na obra de forma sofisticada e visualmente marcante, na busca de uma percepção que expõe a violência, nas suas mais diversas formas e variadas naturezas, em constantes situações prestando uma homenagem, ao escritor espanhol Federico Garcia Lorca, pela originalidade de sua obra.

A encenação do espetáculo apresenta uma tênue relação entre sofrimento e desilusão, onde se apresenta o cárcere interno e externo, que está relacionada à opressão do meio social em que vivem as personagens, extremamente encarceradas pelo ambiente opressor, que tentam conter seus instintos e desejos latentes. E é nesse campo que o espetáculo proposto pretende se firmar, em locais de apresentação alternativos, dando prioridade a casas de apoio e centros de reabilitação, estruturado de forma que não haja divisão entre atores e espectadores, e onde a performance deve se inserir na ação cotidiana do lugar.



Sob o olhar do DIRETOR - Altair de Sousa
O vanguardismo de García Lorca me interessou e de certa forma o coloca em uma posição vantajosa em relação aos demais seguidores dos ismos estético-literários, pelo simples fato de ele se colocar acima das camisas-de-força dos ideários de movimentos artísticos.
Versátil, sabia aproveitar praticamente as lições de quase todas as tendências e escolas literárias para desembocar no artesanato da palavra, seu ofício maior. E já não dava mais para segurar; precisava colocar em cada verso, como um ourives miraculoso, e das entranhas extrair todos os efeitos surpreendentes das gemas e dos faiscantes engastes de ouro; com seus resíduos barrocos, suas incursões pela comarca do romantismo e do simbolismo; seu ultraísmo e, sobretudo, tirar proveito das lições da lírica popular e encontrar, no teatro, a água pura para dessedentar-se e o ar puro para respirar demoticamente em uma montagem que me faz refletir a minha impossibilidade de conseguir alcançar meus sonhos e ideários.
E como separar a vida da obra, como separar a obra de García Lorca com seu destino e sua trajetória se elas constituem o verso e o reverso da mesma medalha? Dessa forma, não posso entender a linguagem poético-teatral lorquiana, por meio de um olhar rápido e prematuro, como um doce, e tampouco hermética e inacessível.
Trata-se de uma poesia que, embora carregada de fortes e intensos simbolismos, não se distancia do pensar e do sentir humanos, porque sua raiz mais profunda alimenta-se, precisamente, da terra e do povo que a trabalha e a mantém.
Então, vamos prestigiar essa obra impactante da Cia de Teatro Sala 3 !!!

SERVIÇO:

Data: 17 e 18/02 - às 21 horas/ 19/02 as 19hs
Local: Teatro Goiânia
Endereço: Rua 23, nº 252 - Centro - Goiânia – Goiás fone: 3201- 4685
Vendas na bilheteria do Teatro: R$ 20,00 (inteira) | R$ 10,00 (meia)
Gênero: Drama de mulheres em povoados da Espanha.
Classificação: 12 anos
Duração do espetáculo: 1 hora



Ficha Técnica “A Casa de Bernarda Alba”





Texto: Federico García Lorca
Tradução e adaptação: Altair de Sousa
Direção: Altair de Sousa
Elenco:
Lívia Vergara
Graciela de Paula
Ana C
Amanda Constantino
Malu Nunes
Camila Borges
Instrumentista: Sergio Paiva
Preparação de elenco e assistente de direção: Bruno Peixoto
Assistentes de preparação de elenco: Gabriela Lima e Victor Melo
Preparação em canto: Sheila de Paiva
Preparação em dança flamenca: Renata Paolucci
Preparação em Percussão (Cajon): Randal Braz
Direção musical e arranjos: Sergio de Paiva
Iluminação: Rodrigo Assis
Cenografia: Daniel Herrero
Figurino e visagismo: Dieferson Gomes
Adereços e objetos de cena: Adriana Rufino | Marcia Zenha | Késsia Coutinho
Instalação: Daniel Herrero, Kessia Coutinho, Marcia Zenha e Layza Vasconselos.
Programação Visual: Paulinho Pessoa
Produção: Alessandra Almeida | Esley Zambel
Fotografia: Layza Vasconselos
Produção Executiva: Marcelo Carneiro, Other Side e Lola Cultural
Realização: Cia. de Teatro Sala 3