quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Multi cultural

Claudinha entrevista Marcos Caiado
Poeta, publicitário e dono de galeria de arte


 
1- Caiado você é Multi em todo sentido da palavra, você consegue descrever tudo que faz? E por onde começou seu caminho do trabalho?
Sou na verdade um solitário curioso com sede criativa. Gosto de experimentar e palpitar, sempre, com o intuito de contribuir. Meu atrevimento nos campos da arte vem do fato de eu ser uma pessoa muito crítica, me atenho a análises. Me apraz o exercício do aprender e desaprender e depois, reaprender sobre coisas e sentimentos.

Comecei poeta desde a infância. Sempre fui um admirador da música, das artes plásticas e da literatura. Com 12 anos de idade eu já gastava a mesadinha miúda com quadros e livros de arte. Na faculdade fiz parte de um grupo de teatro por 3 anos. O envolvimento com quem produz arte me excita a pintar o 7.

2- Em qual área está atuando mais?
No momento, estou arrematando um livro de poemas, ele é resultado da minha experiência como blogueiro (www.marcoscaiado.blogger.com.br). Está em fase de acabamento: escrevendo menos e reescrevendo mais. Paralelo a isso, me aventuro no mundo da música, apesar de não tocar nenhum instrumento, tenho feito algumas canções. Já tô com duas prontíssimas, de autoria própria, gravadas em estúdio por cantores amigos. Pode ser que demore, mas o Avesso Do Pequi (nome do CD) vai pro prelo sim.

Não sei se você sabe, também atuo na área da publicidade, no marketing político. Assinei a campanha de um deputado federal. Essa foi a minha quinta campanha vitoriosa. Dediquei grande parte dos últimos meses a esse projeto. Fora isso, ainda atuo em ações a favor da Cidade de Goiás, onde meu irmão é prefeito... É muita coisa. E por estar morando no Rio e em Goiânia, tenho ampliado minha atuação e contatos no mercado de arte.

3- Você tem o costume de inovar sempre e como galerista trouxe recentemente uma exposição muito importante pra Goiás, você teve apoio? Me diz como foi essa produção.
Tem gente que me chama de maluco. A exposição de fotos, que acontece na minha galeria de arte (5 x 5 - Panorama da Fotografia Contemporânea) e que vai até 15 de outubro, traz à nossa cidade consagrados artistas nacionais, alguns com renome internacional. Boris Kossoy, por exemplo, é uma lenda viva da fotografia. Tem trabalhos no acervo do MOMA de Nova Iorque, ele autografou, na noite de abertura da exposição, o seu livro recém lançado pela Cosac e Naif. O Angelo Pastorello, outro dentre os 5 fotógrafos que participam da mostra, expôs na última Bienal de Roma como artista convidado. Tento trazer boas referências, conceitos que possam contribuir com a coletividade. O único apoio que tive foi do Castro's Hotel  e se eu só pensasse em lucro, não traria essa exposição. O mercado consumidor de fotografias artísticas em Goiânia é mínimo e os trabalhos são caros, fora dos padrões praticados pela cidade. A gente tenta formar público.

Esse evento, que, graças!, cumpriu com sucesso o seu intuito, foi bancado pela minha galeria. O único apoio que tive foi dado Castro’s Hotel, que hospedou gratuitamente 4 dos 5 artistas e pelo Pikiras que doou os vinhos de marca própria servidos na vernissage. Detalhe: essa mostra fotográfica foi destaque no Festival de Fotografia de Parintins, eles a consideraram uma das mais importantes do ano no Brasil.

4- Tem algum projeto em andamento?
Tô firmando parcerias com lojas e galerias do Rio de Janeiro, pretendo representar alguns artistas plásticos goianos por lá. Fora isso, tem o livro de poemas, Meio Assim Mesmo, e o meu CD: o Avesso do Pequi. É muito excitante fazer e pensar música. Vamos ver no que essa ousadia dá. To indo com tudo e pedindo poucas licenças.

5- Você é criativo e atuante, por onde passa constrói e transforma e com sua visão de diversidade cultural, quais trabalhos e pessoas que você destacaria em Goiás e no Brasil?
Em Goiás sou grande admirador da arte do Siron, da Quasar Cia de Dança e do Marcelo Solá. Tenho orgulho do trabalho sério feito pelo pessoal do Zabriskie, prazer em assistir às peças do Nu escuro. Tem também a Grace Carvalho, cujo trabalho musical eu destaco, a ginga de Beatriz Milhazes e a bola do  Neymar nas telas dos gols. Goiás é um grande produtor de artistas, cento e quarenta caracteres é pouco pra enumerar o mundo de gente e obras bacanas que florescem por aqui (Risos). Mas, aumentando os toques, destaco também: o grafite do Kboco, o talento do pessoal do RAP, os inquietos da FAV e toda essa experiência Mostro. No Brasil fico com a ginga de Beatriz Milhazes e do Neymar.

6- Acredita no pensamento e na energia positiva?
Acredito no pensamento produtivo. Acredito no trabalho. O afinco, a disciplina e vontade de fazer bem feito geram as melhores energias.

7- Você está dividindo seu tempo entre Goiás e Rio de Janeiro, além de amigos, tem algum projeto específico?
Como já disse, estou ampliando contatos com o intuito de representar e apresentar artistas Goiás na cidade maravilhosa. Tem algumas portas se abrindo, sem egoísmos poderemos chegar e acontecer em grupo.

8- Como você define a cultura no Estado de Goiás atualmente?
Tem muita coisa no ar.